segunda-feira, 12 de julho de 2010

Relacionamentos


Alguma coisa deve estar mudando em termos de necessidade afetiva. Situações diversas têm me feito pensar sobre como se estabeleciam os relacionamentos entre namorados, anos atrás e, como estes encontros se dão atualmente.
Antes, os jovens enamorados se interessavam mutuamente e, pouco a pouco, iam encontrando uma maneira de se aproximarem um do outro. Esse assunto não era levado para a discussão com os pais, ficava em segredo, no máximo dividido com os amigos mais íntimos, até que virasse um namoro. Se isso acontecia, com um frio na barriga, o adolescente levava o acontecido para o conhecimento dos pais. Devagar, com o passar do tempo e o ganho da confiança, o namoradinho adquiria o direito de visitas aos sábados e, talvez no domingo à tarde. Época boa! O flerte, a conquista, a paixão, o namoro...esperar pelo fim de semana com entusiasmo!
É claro, nem tudo eram rosas! Muitos jovens se casavam no impulso da paixão e sem maturidade ou experiência, que lhes desse condições de construírem um casamento saudável.
Hoje as coisas estão diferentes, mas nem por isso melhores.
Os jovens agora tem ficantes (muitos!) e se casam namorados, na casa dos pais. Quando o ficar vira namoro um dos dois do par, literalmente, muda-se para a casa do outro, ou dos pais do outro. Dormem juntos, usam a estrutura da casa juntos. Têm todos os direitos dos adultos daquela casa, mas frequentemente nenhuma responsabilidade no que diz respeito à manutenção da estrutura. Se o namoro dá certo vão tocando a vida nesse ritmo. Se não dá vivem todo o sofrimento de um divórcio. Afinal, muitas coisas estavam sendo compartilhadas!
Essa mudança no formato dos relacionamentos, não trouxe um amadurecimento para os casais. Pelo contrário, infantilizou-os.
Nesta semana li uma reportagem na revista Veja sobre a “Saga Crepúsculo”, tema que tem atraído milhares de jovens em torno do romance entre uma jovem adolescente  e um vampiro do bem. O que me chamou a atenção nessa reportagem foi o depoimento dos fãs adolescentes, que valorizam o comportamento respeitoso e romântico de Edward, o vampiro. As meninas suspiravam por um namorado com as características do protagonista, que se mostra querendo um compromisso com a namorada, é sensível, respeitoso, cuidadoso e mostra um comportamento “das antigas” como diz a namorada no filme.
Será que a banalidade com que os relacionamentos estão sendo vividos atualmente está sendo reavaliado? Acredito que sim. O ficar indiscriminado que os adolescentes, e muitos adultos vivem, acabou por produzir uma falta de respeito pelo ser humano e uma superficialidade nas relações. Vide os últimos casos que circulam na mídia!
Assim, Edward, ainda que retratado como um morto vivo, parece estar reascendendo uma nova  necessidade nos corações humanos! Tomara!